As instituições que compõem a Rede de Homens pela Equidade
de Gênero prestam uma homenagem pública a um grande homem, que faleceu na manhã
deste sábado (04/04/2014).
Pai de Mariana e Isabel, José Wilker foi um dos atores que
protagonizou, em 2008, a
campanha “Dá licença, eu sou pai!”, promovida pela Rede de Homens pela Equidade
de Gênero, sob a coordenação do Instituto PAPAI.
José Wilker (assim como Marcelo Novaes, Licurgo Spinola e
Alexandre Borges) gentilmente se disponibilizou a colaborar com nossa campanha, participando
da gravação de uma vinheta
e da confecção dos cartazes da campanha.
A campanha "Dá licença, eu sou pai!" integra a campanha mais ampla "Paternidade: direito, desejo e compromisso" e tem o objetivo de promover a ampliação da
licença paternidade, com equiparidade entre licença maternidade e licença
paternidade, de modo a garantirmos a igualdade de direitos entre homens e
mulheres, no campo reprodutivo.
Ainda em vigor, a campanha defende que é necessário rever o tempo disponível
aos pais no cuidado de seus filhos recém-nascidos ou recém-adotados. Por uma
questão de justiça com as mães, com as crianças e com os próprios pais. Por uma
questão de garantia de direitos e equidade. Por reconhecer que existem modelos
diferentes da família pai-mãe-filho. Por reconhecer que, no Brasil, existem pais solteiros e pais em famílias homoafetivas. Nessas situações famílias e
crianças são injustamente penalizadas. Mais informações sobre a campanha, clique aqui!
Isabel Wilker (foto ao lado), uma das filha de José, publicou
em uma rede social: “Só tenho amor, muito amor, e agora saudades, sempre”.
Isabel Wilker (foto ao lado), uma das filha de José, publicou
em uma rede social: “Só tenho amor, muito amor, e agora saudades, sempre”.
Num momento em que observamos que direitos e conquistas
historicamente alcançados se encontram ameaçados por grupos conservadores e
reacionários é muito importante agradecer a vida daqueles que se dedicaram a
garantia de valores democráticos e humanos e que se posicionaram publicamente.
Por isso, nesse momento, registramos nossa eterna gratidão a
José Wilker, na forma de poesia, com sabor de saudade. E agora José?Vida e obra
Filho de Raimunda e Severino, José Wilker nasceu em 1946, em Juazeiro do Norte, interior do Ceará. Ainda criança, foi viver em Recife.
Começou a carreira em rádio, aos 13 anos como figurante de teleteatro da TV
Rádio Clube, do Recife. Aos 18 anos, começa a carreira de ator profissional no
Movimento Popular de Cultura (MPC), do Partido Comunista. Ali estudou teatro e
dirigiu espetáculos pelo sertão nordestino. Mudou-se para o Rio de Janeiro aos
19 anos. Estudou sociologia na PUC-RJ, porém, logo abandonou o curso para se
dedicar exclusivamente ao teatro.
Em mais de 40 anos de carreira, o ator José Wilker
colecionou interpretações marcantes. A produção de Wilker é extensa. No cinema,
participou de cerca de 70 filmes. Interpretou entre outros, Tiradentes, no
filme “Os Inconfidentes” (1972); Vadinho
em “Dona Flor e seus dois maridos” (1976), inspirado no romance de Jorge
Amado (maior bilheteria do cinema nacional até 2010); Lorde Cigano, em “Bye
Bye, Brasil” (1980); o deputado carioca Tenório Cavalcanti em “O Homem da Capa
Preta” (1986) e Antônio Conselheiro (1997), o líder religioso cearense que em
1896 viu-se no centro de um dos conflitos sociais brasileiros que marcaram a
história do país, a Guerra de Canudos. Conselheiro criou uma comunidade
independente para proteger pessoas submetidas ao poder dos fazendeiros locais.
Estes foram dizimados pelo Estado. O ator foi também narrador do documentário
“Jango” (1984), sobre o ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe militar
de 1964. Destacou-se também na direção e na crítica de cinema.
Atuou em quase 30 novelas. Sua estreia foi 1971, na novela
“Bandeira 2” ,
dirigida por Dias Gomes. Em sua segunda novela, “O bofe”, de Braulio Pedroso,
interpreta um hippie contestador. O público reage mal à história e Pedroso é
afastado. Wilker pede demissão em solidariedade ao autor. Outras novelas de
grande sucesso foram “Roque Santeiro” (1985), e “Gabriela” (1975), adaptação de
outro romance do escritor Jorge Amado. Interpretou personagens célebres na
televisão, como Giovanni Improtta, na telenovela “Senhora do Destino” (com seus
Felomenais bordões) e o ex-presidente Juscelino Kubitschek na minissérie JK. Em
2012, fez o personagem Jesuíno Mendonça na regravação da telenovela “Gabriela”.
O personagem foi marcado pelo bordão “Vou lhe usar”, que se tornou febre nas
redes sociais. Sua última atuação foi na novela “Amor à Vida”, primeiro como
narrador, depois como personagem Herbert. Esta novela ficou no ar até o início
de 2014.
Fontes:
El país, Globo.com
Integram a Rede de Homens pela Equidade de Gênero:
Instituto PAPAI
Núcleo de Pesquisas em Gênero e Masculinidades (Gema/UFPE)
Instituto Promundo
Instituto NOOS
Ecos - Comunicação em Sexualidade
Coletivo Feminista, Sexualidade e Saúde
Margens/UFSC
Themis/RS
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Abrapso-CE

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