Agosto é um
mês para dialogar sobre o exercício da paternidade e do cuidado por parte dos homens.
Assim, como acontece desde 1997, o Núcleo Feminista de Pesquisas Gema, vinculado ao
Departamento de Psicologia da UFPE, e a ONG o Instituto Papai promovem um
conjunto de atividades de reflexão, sensibilização e reivindicação em torno dos
direitos reprodutivos.
Subvertendo o movimento que tornou o dia dos pais um evento comercial, faremos um conjunto de atividades que visam provocar diferentes meios de comunicação para abordar o tema, de forma crítica, e cobrar das instâncias públicas a garantia de direitos.
Este ano,
temos como foco a divulgação da lei do acompanhante que dá direito ao pai, em
negociação com a companheira, assistir ao parto e estar presente no pré-parto e
pós-parto. Esta lei existe há 10 anos e infelizmente ainda é pouco
conhecida e raramente respeitada.
AGENDA
08/08 (Sábado), às 17h
Lançamento oficial de
vídeo socioeducativo “Pai não é visita!“
Local:
Livraria Cultura
Lançamento
oficial do curta-documentário “Pai não é visita! Pelo direito de ser
acompanhante” produzido a partir de depoimentos de pais que contam sua
experiência de sucesso ou de fracasso na tentativa de acompanhar sua parceira, no
trabalho de parto. O vídeo aborda, com sensibilidade, as barreiras culturais,
simbólicas e institucionais ao exercício pleno da paternidade.
14 de agosto (sexta-feira), 14h00 às 16h30
Seminário “Psicologia e Políticas Públicas em Direitos
Sexuais e Reprodutivos”
Organização: Conselho Regional de
Psicologia (Paraíba)
Local: João Pessoa, sede do CRP
13.
* O Papai e o Gema participarão
deste evento a partir das palestras de Jorge Lyra e Thiago Rocha
Mais informações: www.facebook.com/CRP13PB
24/08 (segunda), das 8h às 18h
Seminário “Paternidade e
Cuidado nos Serviços de Saúde”
Evento voltado
especialmente para gestores e profissionais de saúde de Recife, mas aberto ao
Público em geral.
Local:
UFPE - CFCH - auditório do 3º andar
26 e 27 de agosto
Seminário “Paternidade e primeira Infância”
Organização: GT “Homens e primeira
Infância” da Rede Nacional “Primeira Infância”
Local: Rio de Janeiro
* O Papai integra esta rede e
estará presente a partir das participações de Mariana Azevedo e Rafael Acioly
Mais informações: www.primeirainfancia.org.br/quem-somos
29/08 (sábado), às 18h
Exibição de vídeo “Pai
não é visita!” em praça pública
Local:
Praça da Várzea, Recife
Exibição
do curta-documentário “Pai não é visita! Pelo direito de ser acompanhante” para
residentes do bairro da Várzea, profissionais das unidades de saúde da região e
população em geral.
Sobre a lei do Acompanhante
No Brasil,
toda mulher tem direito a um acompanhante, de sua livre escolha, durante o
pré-parto, parto e pós-parto imediato, seja em maternidade pública ou privada.
Na rede pública,
o direito ao acompanhante é garantido desde 2005, quando foi aprovada a Lei
11.108, conhecida como “Lei do Acompanhante”. Na rede privada, este direito
para os planos de saúde foi estabelecido pela ANVISA, desde 2008.
O pós-parto
imediato pode se estender até 10 dias. Durante todo este período em que a
mulher estiver internada, o acompanhante tem direito a uma acomodação adequada
e às principais refeições (de acordo com a rotina de cada hospital). A cobrança
de qualquer taxa para a entrada e permanência do acompanhante no parto é
ilegal.
Segundo
Mariana Azevedo (coordenadora geral do Instituto PAPAI), “para o pai, este pode
ser um momento especial de exercício de cuidado, favorecendo o fortalecimento
de vínculos afetivos com seu filho ou filha e uma re-significação simbólica e
prática da paternidade, afinal “Pai não é visita!”,
“Para construirmos uma sociedade
mais justa, do ponto de vista de gênero, é preciso romper com esses padrões
culturais machistas e preconceituosos que vivenciamos em nosso dia e muitas
vezes orienta práticas restritivas nas instituições de saúde”, reforçou Jorge
Lyra (integrante da coordenação do Gema/UFPE).
Sobre a campanha
A campanha "Pai não é visita!
Pelo direito de ser acompanhante!" vem sendo desenvolvido pelo Instituto
PAPAI e pelo Gema/UFPE, desde 2006 e se desenvolve ao longo de todo o ano,
porém no mês do dia dos pais tem sua maior visibilidade.
Em linhas gerais, tem por objetivo
tornar a lei conhecida pela população em geral e ao mesmo tempo exigir dos
Governos Municipal, Estadual e Federal o respeito a este direito das mulheres e
ao desejo dos homens de serem acompanhantes.