Oi pessoal, hoje, acordei com vontade de compartilhar um pouco o que se passou ontem, aqui em Recife, e que reverbera ainda agora no meu coração e na minha mente.
Adianto que,
apesar do otimismo ser, muitas vezes, considerado traço do ignorante, prefiro a
ignorância dos movimentos à crítica, por vezes, imobilizante da erudição.
continua... > > >
Por isso, ontem,
posso dizer que tive o grande prazer de estar nas ruas de Recife, junto com
tantos, especialmente, velhos amigos, ativistas dos movimentos sociais.
Movimentos esses tão castigados pelos rumos que o Brasil tomou nos últimos
anos: o da criminalização de qualquer ato, símbolo ou movimento de luta por
direitos.
Para aqueles que
têm mais de 20 anos de movimento, possivelmente, o que estou falando tem
rebatimento direto. Para quem chegou depois (ou mesmo atrasado), basta lembrar
dos episódios muito recentes: grandes eventos/obras X pequenos direitos,
repressão policial, cura gay, bolsa estupro, veto às putas felizes, ato
médico...
Mas, ontem o que
se viu, do meu ponto de vista, foi um grande encontro. Encontro de grupos, de
movimentos, de pessoas. Algumas não sabiam o que faziam ali, talvez pela falta
de um lugar construído previamente, em reuniões, em diálogos cara a cara, por
telefone, por e-mail, nas listas de discussão, na produção das faixas, de
cartazes, na definição de lugares onde se encontrar... ou mesmo por que estavam
indo pela primeira vez a um evento daquela natureza.
Essa
“preparação” prévia (inserção em algum movimento, tomado em seu sentido mais
amplo) certamente fez falta para a compreensão do que se passava e para
entender que aquele momento não era ponto de partida, mas sim a apoteose.
Todos unidos por uma causa. Qual? A da diversidade.
Isso mesmo. Sem partidos, sem líderes,
sem lugar comum. Sem bom senso, sem bom gosto, sem bons modos. Apenas mostrando
a sua cara. E as caras serão sempre a marca da profunda diversidade humana.
Talvez, eu ousaria dizer, a face “queer” dos movimentos.Abraços,
Benedito
Confira aqui algumas fotos do evento produzidas pelo Gema/UFPE.
VER FOTOS