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18 de junho de 2014

O Gema/UFPE apoia os movimentos pelo direito à cidade

O Núcleo de Pesquisas em Gênero e Masculinidades (Gema/UFPE) vem a público manifestar seu total apoio ao Movimento Ocupe Estelita e a todas as manifestações públicas em Recife pelo direito à cidade para todos/as e sem violência.


É impressionante como parte da nossa sociedade ainda não consegue olhar e viver para o coletivo, abrir mão de seus privilégios para construir uma sociedade de fato igualitária e justa, que valoriza e respeita a natureza, a mobilidade, a diversidade, o humano....

Continuamos acreditando que as políticas públicas construídas por meio da participação e do diálogo e que a resistência dos movimentos sociais são as alternativas mais legítimas para construirmos um espaço público, coletivo e atrativo para todas as pessoas e não somente aquelas que têm dinheiro. Resiste Estelita!


Imagens às vezes falam mais que muitas palavras:


De modo simplificado, o que é o Movimento “Ocupe Estelita”

Uma área conhecida no Recife como "Cais José Estelita" foi vendida para um consórcio de empresas que criaram o projeto "Novo Recife" que incluir a construção de 12 torres de até 45 andares. Se for desenvolvido, este projeto vai destruir a bela paisagem do centro da cidade e gerar consequências ambientais e sociais irrecuperáveis para a região histórica de São José e seu entorno. Infelizmente, este é mais um capítulo das recorrentes narrativas de desrespeito à vida em favor da exploração capitalista que está cada vez mais comum em nossa cidade.

Felizmente, os cidadãos e cidadãs de Recife resistiram e começaram a fazer uma série de debates políticos e eventos culturais para interromper o projeto e discutir o futuro da nossa cidade. O "Ocupe Estelita" se transformou num símbolo dessa luta. Neste mês, foi feita uma ocupação criativa com várias atividades culturais.


Sobre a ação violenta da PM

Depois de um processo ilegal, envolvendo uma legislação fraudulenta e ausência de estudos de impacto, o consórcio de empresas conseguiu a autorização da Justiça para reintegração de posse, que já foi questionada nas instâncias competentes superiores. Os ocupantes resolveram permanecer no lugar, continuar a dar vida ao espaço e a democratizar um local importante para a cidade, que de outra forma, será privatizada por um pequeno grupo de pessoas.

Após 27 dias de ocupação histórica do espaço público no Recife, o movimento da ocupação Estelita foi despejado violentamente pela Polícia Militar de Pernambuco. Apesar dos acordos firmados entre o movimento e o Ministério Público e Secretarias de Direitos Humanos e Defesa Social do Estado de Pernambuco, a reintegração foi realizada sem qualquer aviso ou negociação, violando os direitos e as garantias legais dos ocupantes.