O Núcleo de Pesquisas em
Gênero e Masculinidades (Gema/UFPE) vem a público manifestar seu total apoio ao
Movimento Ocupe Estelita e a todas as manifestações públicas em Recife pelo
direito à cidade para todos/as e sem violência.
É impressionante como
parte da nossa sociedade ainda não consegue olhar e viver para o coletivo,
abrir mão de seus privilégios para construir uma sociedade de fato igualitária e
justa, que valoriza e respeita a natureza, a mobilidade, a diversidade, o
humano....
Continuamos acreditando
que as políticas públicas
construídas por meio da participação e do diálogo e que a resistência dos movimentos sociais são as alternativas mais legítimas para
construirmos um espaço público, coletivo e atrativo para todas as pessoas e não
somente aquelas que têm dinheiro. Resiste Estelita!
Imagens às vezes falam mais
que muitas palavras:
Veja
este vídeo: www.youtube.com/watch?v=yUDZvUjkjzE
De modo simplificado, o que
é o Movimento “Ocupe Estelita”
Uma área conhecida no Recife como "Cais José
Estelita" foi vendida para um consórcio de empresas que criaram o projeto
"Novo Recife" que incluir a construção de 12 torres de até 45
andares. Se for desenvolvido, este projeto vai destruir a bela paisagem do
centro da cidade e gerar consequências ambientais e sociais irrecuperáveis para
a região histórica de São José e seu entorno. Infelizmente, este é mais um
capítulo das recorrentes narrativas de desrespeito à vida em favor da exploração
capitalista que está cada vez mais comum em nossa cidade.
Felizmente, os cidadãos e cidadãs de Recife
resistiram e começaram a fazer uma série de debates políticos e eventos
culturais para interromper o projeto e discutir o futuro da nossa cidade. O
"Ocupe Estelita" se transformou num símbolo dessa luta. Neste mês,
foi feita uma ocupação criativa com várias atividades culturais.
Sobre a ação violenta da PM
Depois de um processo ilegal, envolvendo uma
legislação fraudulenta e ausência de estudos de impacto, o consórcio de
empresas conseguiu a autorização da Justiça para reintegração de posse, que já
foi questionada nas instâncias competentes superiores. Os ocupantes resolveram
permanecer no lugar, continuar a dar vida ao espaço e a democratizar um local
importante para a cidade, que de outra forma, será privatizada por um pequeno
grupo de pessoas.
Após 27 dias de ocupação histórica do espaço
público no Recife, o movimento da ocupação Estelita foi despejado violentamente
pela Polícia Militar de Pernambuco. Apesar dos acordos firmados entre o
movimento e o Ministério Público e Secretarias de Direitos Humanos e Defesa
Social do Estado de Pernambuco, a reintegração foi realizada sem qualquer aviso
ou negociação, violando os direitos e as garantias legais dos ocupantes.