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15 de setembro de 2014

Exposição celebra Memórias do Movimento LGBT em Pernambuco

O Núcleo de Pesquisas em Gênero e Masculinidades (Gema/UFPE), em parceria com o Instituto PAPAI e o Fórum LGBT de Pernambuco, realizará entre os dias 18 e 19 de setembro de 2014, a exposição itinerante “Memórias da Parada da Diversidade de Pernambuco”, que integra a série “Memórias de Futuro”. O local escolhido para a exposição foi a Estação Central de Metrô do Recife.

Conheça a versão virtual da Exposição, em www.genero.org.br

Este projeto conta com o apoio do CNPq e tem o objetivo de compartilhar memórias sobre eventos político-culturais que visam à promoção dos direitos sexuais no Brasil, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. 

Sobre as paradas
A discriminação e o preconceito podem silenciar as pessoas, reprimindo seus desejos e restringindo sua existência. Por isso, promover a visibilidade é uma importante estratégia a partir da qual o movimento LGBT promove a livre expressão da sexualidade e o fortalecimento de ações de enfrentamento da homofobia.

Como ação isolada e ocasional, sabemos que as Paradas não conseguem mudar muita coisa. Porém, como ação integrada, ela contribui para mudanças pessoais, culturais e institucionais, que fortalecem as iniciativas de enfrentamento da discriminação e do preconceito.
Ao adotar a estética de um evento festivo, os manifestantes mostram que, apesar de tudo, persiste o prazer e a felicidade de ser quem se quer ser. A alegria e o prazer assumem, assim o lugar de antídoto para a violência.

As Paradas são, assim, momentos políticos de descontração e de celebração do orgulho de viver a sexualidade e as expressões de gênero, livre de opressão e discriminação.

Sobre a Parada da Diversidade de Pernambuco
A Parada da Diversidade de Pernambuco é a principal manifestação pública pelos direitos sexuais em Pernambuco. A primeira edição aconteceu em 26 de junho de 2002, no final da tarde de uma agitada sexta-feira, na Av. Conde da Boa Vista. Naquele ano, participaram cerca de 5.000 pessoas.

Desde então, este evento tem-se consolidado como um momento de mobilização política da população LGBT e de sensibilização das pessoas sobre as questões ligadas à homofobia, lesbofobia e transfobia.
Em 2005, a Parada passou a acontecer no mês de setembro, para não concorrer com as festividades juninas. Em 2007, o evento foi transferido para os domingos, em novo endereço: a Avenida Boa Viagem, considerado o metro quadrado mais caro de Recife e uma das praias mais conhecidas do Brasil. Tal mudança, negociada sempre de modo cuidadoso entre o movimento social e a gestão local, atribuiu maior visibilidade e dimensão ao evento.

Hoje as Paradas foram incorporadas ao calendário da cidade de Recife e acontecem sempre no terceiro domingo do mês de setembro.

Homofobia em Pernambuco
Apesar do crescimento desta manifestação político-cultural, a situação de discriminação e violência contra pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) em Pernambuco são ainda preocupantes. Segundo levantamento da Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal, foram registrados no Brasil pelo menos 278 assassinatos relacionados à homofobia, lesbofobia e transfobia, dos quais 25 aconteceram em Pernambuco. O número de assassinatos de pessoas LGBT assume neste estado uma dimensão bastante preocupante, especialmente se consideramos que dados desta natureza são sempre subnotificados, que o assassinato é apenas uma (embora seja a mais absurda) forma de violência. O relatório também informa a ocorrência de 6.809 denúncias de violações aos direitos humanos de pessoas LGBT no Brasil durante o mesmo ano, das quais 269 denúncias em Pernambuco.

Como resposta a esta preocupante realidade, a gestão pública, tanto em âmbito municipal, como estadual e federal (especialmente aquelas vinculadas à Saúde, Cultura, Educação e Direitos Humanos) vêm apoiando iniciativas das diversas instituições que trabalham com a temática de Direitos Humanos para a diversidade sexual, por meio de apoio financeiro e reconhecimento político de grupos e lideranças. A realização das conferências LGBT (municipal, estadual e federal) é também um marco político importante. O fortalecimento das diretrizes produzidas nestas conferências e sua própria consolidação é um desafio que precisa ser incorporado em nossas ações.

Contatos: